Escrito por Dani Bispo
Novos ventos nos trouxeram para o país da bota. Não posso dizer que é para sempre porque “para sempre” é muito tempo para o nosso vocabulário de expatriados/repatriados.
Um monte de gente está me perguntando como se deu essa mudança e eu resolvi escrever um post explicando.
Tudo começou lá em 2014 quando o Marco ficou desempregdo. Começava rumores de crise no Brasil e não pensavamos que seria tão grave.
Mesmo com ele sem trabalho continuamos nossa vida por lá afinal eu tinha um emprego “estável”. Já trabalhava como arquiteta há 8 anos em uma empresa que tinha como filosofia manter o funcionário até o final, inclusive nos momentos de crise.
Enquanto eu trabalhava, o Marco procurava uma recolocação sem sucesso. Até que no início desse ano apareceu o Uber na nossa vida. Ele resolveu encarar essa nova empreitada já que ficar meses trancado em casa sem uma ocupação e sem falar com ninguém não é saudável.
Até que no fim de Agosto veio a bomba: minha empresa - que já havia demitido várias pessoas - não recebia por trabalhos entregues. Meu chefe muito contrariado resolveu demitir os 4 últimos da equipe, eu estava inclusa.
Com Marco desempregado, o Uber sendo uma doce ilusão e o meu sogro com problemas de saúde (Marco é filho único), era a hora de colocar em prática nosso plano B: Alugamos nosso cafofo no Rio e viemos passar um tempo na Itália onde tinhamos um casal de idosos e um apartamento fechado nos esperando.
Aos menos por um ano estaremos por aqui, pois que é o tempo que nosso AP do Rio está alugado.
Nesse tempo tentaremos a todo custo conseguir um emprego. Temos consciência que a Itália já não é a mesma de outrora e que não será fácil conseguir uma recolocação nas nossas profissões.
Mas chegamos com o coração aberto à novas oportunidades, sem preconceito e com a esperança que aqui poderemos viver uma vida mais tranquila, sem a violência do meu querido Rio de Janeiro.
Agora é esperar para ver.