Escrito por Dani Bispo
Não, dessa vez ainda não vou falar do que comemos em Berlim.
Baseada na nossa experiências, vou dar algumas dicas práticas para quem pisa a primeira vez na cidade.
Dicas que eu encontrei na internet tradicional e até no instagram, um excelente meio de pesquisa diga-se de passagem. Aquelas que você não encontra nos guias tradicionais.
Dicas que escutei no boca-a-boca, e esse que me fez escutar diversas vezes, de diversas pessoas a mesma frase cada vez que contava o meu destino: Cara, você vai amar Berlim!
E amei, amo ainda!
Me pergunto até agora porque demorei tanto tempo para conhecê-la: Tenho planos de voltar.
Para começar posso adiantar que Berlim é uma cidade barata.
Tudo, desde comida até as atrações é mais em conta que nas outras grandes capitais europeias.
A capital da Alemanha também é uma cidade jovem, muito jovem e por isso é sempre repleta de eventos culturais, em todas as épocas do ano.
Então vou contar algumas coisas que podem te ajudar a curtir a cidade economizando sem perder o conforto.
Hospedagem:Depois da queda do muro, o boom econômico que era esperado não aconteceu pois as pessoas e as empresas não retornaram para suas casas.
Aproximadamente um terço dos edifícios de Berlim oriental ficaram vazios, deixando vagos mais de 25.000 apartamentos e fazendo com que os alugueis fossem um mais baixos entre as capitais europeias.
Depois de receber investimentos maciços os bairros rejeitados se tornaram alvo de atenção.
Hoje muitas pessoas solteiras ou sem filhos ocupam esses apartamentos e alugam quartos, Studio e apartamentos por preços convidativos..
São imóveis grandes, geralmente reformados onde você pode ter uma verdadeira experiência Berlinense.
Como nós normalmente passamos o dia fora preferimos economizar alugando os quartos oferecidos pelo site AirBnb.
O quarto que a gente ficou foi esse AQUI.
A Gritta (a dona) tem um pequeno Bed and Breakfast. São dois quartos que compartilham um pequeno banheiro e copa. Ela não mora lá mas é superprofissional. Vai todo dia ao local limpar e ver se está tudo em ordem, Além de te fornecer mapas e dicas preciosas
Os móveis são todos novinhos (made IKEA), cama confortável e o AP reformadinho. Tudo muitooooooo limpo, cheiroso e com um item que para mim é primordial: Um black out na janela para bloquear a claridade matinal.
Essa foi a parte mais difícil na procura. Culturalmente ninguém coloca cortinas nas janelas pois como inverno os dias são curtos aproveita-se tudo que puder quando tem luz.
Foi praticamente impossível achar um apartamento com blackout na janela do quarto. Eu estava quase desistindo quando encontrei esse que ficamos.
A localização também é imbatível. O apartamento fica em Prenzlauer Berg um dos bairros mais bacanas da cidade, na Berlim oriental.
Na rua em frente ao AP é servida por uma linha do bonde e a menos de uma quadra dali tem vários bares, restaurantes e cafés fofos. Além de parques por toda parte.
Mas não se preocupe, se você não curte esse tipo de hospedagem, Berlim possui excelentes hotéis e albergues da juventude.
Locomoção: Para meio de transporte eficiente, esse é o lugar.
Na nossa chegada, do aeroporto para a cidade usamos o taxi.
Era noite estávamos super cansados e com malas pesadas. Pagamos €33,00 do aeroporto até Prenzlauer Berg. Para o trajeto contrário, feito à tarde desembolsamos €25,00.
Mas você não precisa gastar dinheiro andando de taxi, porque?
Com uma ou duas conduções (tram, ônibus, metro ou trem) você acessa qualquer canto da cidade.
Do aeroporto TXL: Com apenas um ônibus que você chega no coração da cidade, a praça Alexanderplatz. Ali mesmo você pode pegar um Tram (bonde), ônibus ou metrô até seu destino.
Se você chegar pela manhã já pode aproveitar e comprar o passe diário (€6,70). Caso você opte por usar o transporte público, claro. Porque ainda tem outra opção, a bicicleta
Uma das coisas que eu tinha em mente quando comecei a planejar a viagem para Berlim era que eu queria explorar a cidade de bicicleta. Para quem ainda não sabe eu ou apaixonada por elas, mesmo!
Na minha opinião não existe maneira melhor de você explorar o lugar e Berlim por ser praticamente plana é perfeita pra isso.
Antes de viajar, já sabíamos que a cidade possui 775 km de pistas e faixas clicáveis.
O que nós descobrimos é que a educação e o respeito pela bicicleta por parte dos motoristas é tão grande que em nenhum momento nos sentimos ameaçados mesmo andando o tempo todo sem equipamento.

Além do mais se você cansar basta embarcar com a bike nos meios de transportes públicos, basta comprar o ticket específico pra ela.
Mas como descolar uma “magrela”?
Você pode alugar em várias lojas espalhadas pela cidade a preços a partir de €7 por dia ou fazer como nós que pegamos uma emprestada.
Nas minhas pesquisas na internet descobri uma ONG de compartilhamento de bicicletas chamada Bike Surf.
E como funciona?
Lembra do programa Couchsurfing em que os anfitriões oferecem um sofá para os viajantes de graça? É bem parecido.
Você se cadastra, envia uma cópia do seu passaporte scaneado e escolhe a bicicleta para o período que você quiser através da foto e descrição da mesma (tamanho, condições etc).
Você vai receber um e-mail com a confirmação da disponibilidade, endereço de onde ela estará estacionada e o código do cadeado.
Ponto, no dia escolhido você vai até o endereço, acha a bike que estará estacionada em alguma árvore ou poste, coloca a senha no cadeado e já sai andando.
Não é demais?
A única coisa que eles pedem é uma doação voluntária que pode ser uma melhoria para a bicicleta ou dinheiro através do paypal.
Eu fiquei com a minha magrela por 6 dias então como doação comprei uma cestinha novinha (€15) para ela. Como precisava para colocar as tralhas achei o gasto justo como maneira de colaborar com o programa.
Ah é importante também toda vez que parar a bike colocar o cadeado nela por causa a segurança. Berlim não é nenhuma Dinamarca e roubos acontecem com frequência.
Esse o programa de compartilhamentos também tem em outras cidades da Europa e até América do Sul (Chile)!
O que fazer na cidade: Apesar de Berlim ser uma cidade muito jovem, tem programas para todas as idades.
Como fomos no verão, optamos por programas ao ar livre mas existem uma infinidade de opções de museus, exposições, festivais, feiras, bares e boites para todos os meses do ano.
Programas imperdíveis no verão:
+ Lagartear nos parques.
Berlim é lotado deles e pintou um sol o povo estica uma toalha, canga, lençol e se joga para fazer a fotossíntese.
O programa de domingo é a ida até o Mauerpark, parque no muro em tradução livre.
Rolam vários shows e apresentações de artistas de rua no anfiteatro (abaixo) e espalhados pelo parque.
O mercado das pulgas é lotado mas ótimo para comprar coisas novas e usadas.
Se quiser só relaxar e fazer o “people watching” esse é o parque ideal.
Gente de todas as tribos e famílias inteiras estão por lá inclusive grupos fazendo pic-nic ou até um churrasquinho.
Comece seu dia com um delicioso brunch nas redondezas e se programe para gastar algumas horas por lá
Mas olha só, não espere um lindo parque. Ele é até um pouco sujinho. A atração do parque são as pessoas, os shows e a vibe muito boa.
+ Biergarten: Uma entidade alemã!
Biergarten, ou jardim de cerveja é uma área cheia de mesas enormes no meio do verde onde as pessoas vão para comer, beber e confraternizar.
Todo parque que se preza tem o seu biergarten.
Geralmente esses lugares tem um bar de apoio onde vendem bebidas e comidas rápidas (sanduiches, pizza etc).
Nós descobrimos um biergarten excelente dentro do parque Tiergarten, um lugar mágico.
Depois falarei melhor num post só pra ele (suspense).
Paramos também em um que fica atrás da Ilha dos Museus, no James-Simon park.
Este era menor e mais simples, acho que não era bem um “biergarten” mas um lounge muito bom para relaxar depois de um dia de turistada tomando uma cervejona cervejinha.
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+ Feiras: Também outro programa para o verão.
Fomos na feira que rola de sábado pela manhã na Kollwitzstraße em Prenzlauer Berg (nas imediações da Kollwitzplatz).
Essa rua inclusive reúne algumas lojas de marcas descoladas locais, além de restaurantes e muitos bares
Além de ser ótimo para comprar produtos naturais e orgânicos dentro da feira ficam parados vários food trucks e barracas vendendo comidas e bebidas feitas na hora.
Você pode fazer como a gente, tomar seu brunch nos cafés da região ou mesmo comer direto na feira.
Um ótimo programa para você entender quem são os moradores do bairro.
+ Markthalle: Essa é a dica para quem curte se misturar aos locais.
O Markthalleé um mercado que fica em uma ruazinha escondida em Kreuzberg (a zona boemia de Berlim).
Lá rola uma feira livre às quintas e sábados de 10 às 18h, tem um café, um supermercado, uma padaria milanesa e um restaurante, o Weltrestaurant (fiquei sabendo depois que voltei).
Estes ficam abertos permanentemente.
Mas o mais legal é feira “street food” que rola às quintas de 17h às 22h.
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Infelizmente não chegamos a tempo de ir.
Se você estiver em uma quinta-feira na cidade se programe e vá (depois me mande as fotos).
+ Kulturbrauerei– É um conjunto de prédios de uma antiga cervejaria que foi transformado em um Centro Cultural.
São 25 mil metros quadrados de entretenimento no bairro de Prenzlauer Berg, um quarteirão inteiro de cinemas, teatros, bares, clubes, restaurantes.
Nós fomos no início da noite e estava ainda vazio mas acredito que se preparavam para a noitada pois alguns bares estavam começando a funcionar.
Andei lendo que no pátio rolam vários eventos como por exemplo um mercadinho de natal e muitos concertos e shows.
Não deixe de dar um pulo lá, o lugar é muito bonito.
+ Arena Badeschiff: Outra “dicona” do que fazer na cidade.
Se sua praia é relaxar no meio da turistada a Arena Badeschiff é o seu lugar.
O área da arena é composta de antigos edifícios industriais que estão sendo revitalizados aos poucos dando lugar a salas de exposições e sala de concertos.
Mas a maior atração do lugar é sem dúvida a piscina pública flutuante que fica dentro do Rio Spree.
No verão ela faz a alegria da galera.
Pagamos €5,00 para entrar (segunda-feira) e usufruímos de uma estrutura com banheiros, vestiários, armários (€2,00), bar e um parquinho para as crianças.
Diferente das praias pagas da Itália ali não havia luxo nenhum, mas garanto que tomar uma cerveja nas cadeirinhas ou relaxar dentro da piscina dentro do rio dá um folego a mais na turistada.
Nós amamos a experiência.
Comer: Para começo de conversa, saiba que menos você vai ver em Berlim é o povo alemão rs.
Devido aos fatores históricos que não vou explicar aqui, a cidade é dominada por estrangeiros e isso influência diretamente na sua comida.
É claro que se você está a primeira vez na cidade vale muito a pena experimentar a culinária berlinense, mas não se limite a ela.
Restaurantes franceses, italianos, asiáticos, americanos e até brasileiros são encontrados com facilidade.
O brunch é uma instituição. Nos fins de semana todo mundo vai para os cafés e fica lá por horas.
Ao sentar do lado de fora dos restaurantes prepare-se para ser importunado por abelhas. Sim muitas delas! São mansas mas incomodam muito!
Independente de onde você estiver se programe para comer nos bairros do Mitte e Prenzlauer Berg onde tem restaurantes e café maravilhosos e preços bem camaradas.
Ao menos que você seja uma pessoa muito restritiva com comida, acho que será muito difícil comer mal naquela cidade.
Mais uma vez lembro: fuja dos restaurantes com foto de comida e ó, espera um pouquinho que já já vou te dar dicas de lugares deliciosos para comer de babar.
Acompanhe a gente!