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Como comprar vinhos nos supermercados italianos (ou em qualquer outro lugar do mundo) – post para leigos como eu

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Escrito por Dani Bispo 

Me considero uma leiga na arte de conhecimento de vinhos.

Sei o básico para combinar um prato com um vinho, tenho minhas uvas preferidas e me arrisco a experimentar outras que considero interessante, só!

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Por enquanto sem pretensão de me transformar em uma enóloga (e o cuidado de me não me transformar  em uma enochata como dizem por aí), e duranga em potencial  vou me contentando em comprar meus vinhos em supermercados Italianos e deixando as enotecas para um futuro onde meu interesse e a cotação do euro me permitir.

Nunca pensei que para comprar vinhos em supermercados poderiam haver técnicas, mas lendo alguns artigos pela internet acabei descobrindo que podemos sim comprar vinhos melhores se tivermos alguns cuidados.

Resolvi então preparar para vocês um resumo do que andei lendo e que espero aplicar na minha próxima viagem.

Aqui vão alguns passos básicos para comprar vinhos no supermercado sem correr riscos.


  Escolha primeiro o supermercado

Esqueça os pequenos mercados, inclusive os mini-mercados de pequenos vilarejos que vendem um pouco de tudo.

Optem por supermercados de grandes cadeias tipo Carrefour Conad, IperCoop, Esselunga... Eles tem uma grande diversidade de vinhos para escolher.

 

No supermercado escolha a prateleira certa

Uma vez no supermercado atenção, escolha a prateleira certa.

Teoricamente podemos dividir esse departamento em 3 setores:

Um setor só com os vinhos para “cozinhar” ou seja, vinho de baixa qualidade.

As características deles são preços baixos, vinho em caixinha ou garrafões de 5 litros.

Se você considera que tem um paladar um pouquinho apurado afaste-se já sem perda de tempo.

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Depois você encontrará as prateleiras “prejuízo” com garrafas renomadas e caras.

Vinhos franceses e italianos mais famosos a preços que começarão a partir de 20 euros.

Dificilmente você encontrará ofertas e precisará de uma carteira recheada para comprar esses vinhos.

No caso de querer adquirir os vinhos mais “prestigiosos” é melhor se dirigir a uma Enoteca.

Para concluir tem o terceiro setor, o maior, a sua prateleira.

De 3 a 20 euros você encontrará um pouco de tudo, dali que deverá sair o seu coringa.

 

Nunca compre vinhos que custem  menos que 5 euros

O primeiro indicador para comprar um bom vinho é o preço.

Vinho é um produto, e como tal, vale a mesma regra de todos os outros produtos do supermercado. Em 90% dos casos se paga pela qualidade.

Considerando os custos de produção e transporte, aconselho (exceto para algumas ofertas) não comprar garrafas menores de 5 €. Desse preço em diante a escolha é sua.

O melhor mesmo seria se manter na base de 7-8 euros. Com esse preço seguramente você encontrará vinhos válidos.

Entre 5 e 8 euros poderá encontrar “coisa boa” mas com algum risco.

Abaixo de 5 euros você correrá altíssimo risco do seu vinho de mesa ser rebaixado a vinho para “cozinhar”

Melhor não comprar o primeiro preço

Por exemplo: na prateleira da Região Piemonte (nos supermercados italianos os vinhos ficam divididos pela região em que foram produzidos) os vinhos Barolo tem preços que começam a partir de 10 euros e chegam a custar 30 euros.

Os vinhos Barbera da mesma região tem preços que começam a partir 3-4 euros e chegam em torno de 15 euros por um Barbera Superiore.

Se você tem 10 euros no bolso não se deixe enganar pela vontade de levar para casa um vinho renomado com Barolo, melhor investir o mesmo valor em um Barbera de preço médio que seguramente será um bom vinho Barbera.

Ao mesmo custo é melhor evitar o vinho de “renome” em versão econômica e escolher aquele menos prestigioso na versão mais cara.

Resumindo, é melhor um Barbera bacana que um Barolo vagabundo ou um bom Chianti Clássico que um Brunello de primeira linha.

 

Como agir diante a uma mega oferta

A cada semana é possível achar ofertas com descontos que chegam a 50%. Tenha muito cuidado, nem tudo que reluz é ouro.

Primeira coisa, só compre vinho em oferta se já o conhece ou já o provou, assim estará seguro da sua compra.

Se invés disso está comprando às cegas, vá em frente mas compre só uma garrafa. Beba durante a viagem e se gostar volte e compre um estoque.

 

Ler a etiqueta

Depois que escolher um belo rótulo, o leia.

As informações contidas nos rótulos das garrafas de vinho nem sempre são completas.

Mas além das 4 linhas de descrição habituais (vermelho rubi, corpo, ideal para acompanhar peixe etc ...) às vezes podemos encontrar algumas informações úteis.

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Em primeiro lugar, se você não gosta de vinhos espumantes verifique se existe a palavra “frizzante”, “vivace” o “fermo”, assim evitará um vinho com dois dedos de espuma.

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Ou se não gosta de vinho de sobremesa que geralmente são licorosos e mais doces evite os que tem como acompanhamentos a palavra“dolce” ou “dessert”.

Outra informação útil (infelizmente nem sempre presente) refere-se aos tipos de uvas utilizadas.

Se você não é fanático por vinhos de "Corte Bordalês", também chamado de taglio bordolese na Itália ou assemblage Bordeaux na França, melhor dar uma olhada com calma no rótulo, principalmente se você está segurando uma garrafa IGT.

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Último e mais importante item do rótulo que você deve verificar refere-se ao engarrafamento.

Sempre melhor confiar em adegas que fazem tudo em casa, então atenção para que esteja escrito : Imbottigliato all’origine da , Prodotto e imbottigliato da, imbottigliato all’origine dalla cantina sociale.

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Todas essas expressões podem ser acrescentadas do texto integralmente prodotto”, que quer dizer que o vinho é elaborado exclusivamente a partir de uvas vindimadas em vinhas pertencentes à empresa e vinificadas na mesma.

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Sim é um pouco chato, porque você terá que olhar sempre a contra-etiqueta. Mas é muito útil porque nos diz que o vinho é o resultado de uma cadeia controlada por uma única empresa e assim mais confiável.

 

Primeiro confiar em vinhos DOC e DOCG (DOP), caso contrário IGT

Esta terceira  dica SÓ vale seguir nas grandes cadeias de supermercados.

Fora delas pode fazer você cometer erros pois os pequenos produtores - que expõem nas sagras regionais e não obtiveram ainda selos de denominação de origem - podem ter bons produtos.

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Já na prateleira de um supermercado é mais uma garantia pois o valor dos vinhos com selo de denominações de origem é ligeiramente superior.

Não sabe o que são os selos de denominação de origem? Dá uma liga nesse post aqui

No entanto, certifique-se de que o vinho foi Imbottigliato (engarrafado) na área do DOC e DOCG, porque, infelizmente, há exceções.

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Um exemplo: o DOC Sicília dá a opção de engarrafamento também fora da região.

Se você ver uma bela garrafa de Nero d'Avola que foi engarrafada na província de Verona, Cuneo, Asti, etc... recoloque-a suavemente na prateleira e saia correndo.

Nos vinhos  IGT é permitido que cerca de  15% dos conteúdos da garrafa possam ser feito com vinho comprado fora da região de origem.

 

Evite as garrafas da primeira fila

Se você vai à um jantar importante e quer levar um vinho de “nível”, compre um de 20 euros para cima.

Evite pegar a primeira garrafa a vista sobre a prateleira. Ao menos que não seja a última é melhor pegar aquela de trás.

A maior parte dos vinhos vendidos nos supermercados é de faixa média-baixa o que significa que o vinho mais caro pode permanecer na prateleira por meses, em posição vertical, no calor e contato direto com a luz forte da loja.

Então se você não quer de verdade ir a uma Enoteca (o mais aconselhável para vinhos desse valor), tente pelo menos pegar uma garrafa do fundo da prateleira.

Ela não terá pego luz direta e evitando assim o risco de levar um vinho caro e estragado.

 

Vinhos jovens

Como não sou uma profunda conhecedora de vinho procuro comprar vinhos jovens, de preferencia da vendimia anterior.para serem bebidos em pouco tempo.

Por exemplo: Se estamos no ano de 2015, procuro comprar vinhos da vindima de 2014, no máximo de 2013.

 

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Isso é uma mania minha e tem dado certo. Acredito que vinhos de guarda não estarão na faixa de 7-8 euros.

Um dia quem sabe quando entender mais sobre o assunto consiga selecionar vinhos de guarda com esse preço.

Chega das mesmas uvas

Nos supermercados você poderá encontrar alguns vinhos interessantes,orgânicos (biológico) ou produzidos por pequenas e médias vinícolas, especialmente se você procurar entre os vinhos da mesma região onde você está, onde a seleção sempre é maior.

 

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Não tenha medo de experimentá-los se não o conhece, você pode descobrir novos viticultores muito interessantes.

Não fique tentado em comprar sempre o mesmo vinho, a não ser que já o conheça e goste muito.

Para iniciados

Para concluir este post de compras de vinho nos supermercados italianos aqui vai a dica mais importante de todas.

Se você tem interesse no mundo do vinho, pode gastar e deseja dedicar um pouco de atenção e tempo, o melhor conselho que posso dar é para evitar a compra de vinho no supermercado.

Existem as feiras de comida e vinho (sagras), vinícolas, enotecas, salões de vinho, onde você pode comprar diretamente do fabricante ou produtos melhores.

Talvez custe alguns euros a mais, mas você terá a satisfação de comprar o vinho diretamente de quem o produziu, depois de ouvir os contos do enólogo e prova-lo.

Qualquer pessoa que tenha algum outro conselho pode contribuir e completar este "manual" com a sua experiência.

Fique à vontade.

Fonte: SimoVino, Intravino, Slowfood.it


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